domingo, abril 27

pequena história




Era só mais um dia normal de uma pessoa igual às outras; era
só mais uma manhã de sol sem-graça sem promessas de uma melhora; era só mais outra vez que o seu despertador tocava.



bii biii biiii


Esse era o barulho - insuportável - que escutava quase todas as manhãs; esse era sempre o momento de deixar os seus sonhos e cair na realidade nua e crua; comendo o cereal fazia planos que nunca teria tempo de terminar, arquitectava viagens das quais nunca faria e filosofava teoria que nunca seriam publicadas.

-Oito horas, hora de ir.


Ligava o carro, droga... não pegava de novo! Lá se vai a pontualidade de novo.

E de novo, novo, nov...

Era assim, todas as suas manhãs: Iguais.

E era assim que continuava: Igual, na rotina; igual, nos horários; igual, nos rostos que via.

Sonhar, era o seu refúgio.

Mas, sabe, tudo chega ao fim e esse fim já era mais do que bem-vindo. Naqueles seus dias de preto no branco surgiu uma nova pincelada, enérgica... Colorida! Era quase um nada, um ponto naquele quadro op-art; um ponto surreal.

Chegou como se não queria nada, mostrou seu brilho e refletiu-se em tudo e então, não mais que de repente, foi-se embora.

Dizem que ela então partiu para o desespero, e nesse desespero tirou do papel todos àqueles planos e filosofias e partiu. Largou tudo, mas... Que tudo? Daquela vida mediucre não queria mais nada! Andou milhas, cruzou países, mas faltava.

ar? não

cash? não

lar? não

ele... E esse ele um dia cruzou de novo o seu caminho, aonde mesmo? Não é importante.



Naquela sua nova vida.
E explicou o mundo pra mim.

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